Carreira e saúde mental: sintomas e indícios que é hora de desacelerar

Recentemente várias personalidades estão suspendendo seus trabalhos devido aos cuidados com a saúde mental, tema que deveria ser mandatório entre todos, inclusive e principalmente entre as empresas.

Não é necessário ser um artista ou atleta de alta performance para sofrer com problemas psicológicos e perceber que é hora de desacelerar.

De acordo com a The School of Life, a saúde mental pede a aceitação de que ela pode se manifestar mesmo quando os trabalhadores têm uma vida farta, significativa e que gostam do que fazem;

Por isso, ninguém deve relutar para buscar ajuda. Essa situação demanda proatividade da mesma forma que as pessoas fazem quando sentem uma dor no peito ou no joelho. E mais importante, não devem ser considerados menos dignos de simpatia.

No mundo corporativo é essencial perceber esse cenário e reconhecer quando chegou o momento de desacelerar.

A hora de dar um passo para trás

De acordo com a consultoria Robert Half, em uma pesquisa recente apontou que 49% dos recrutadores acreditam que os profissionais estão propensos a sofrer de burnout.

Segundo os recrutadores, as cinco principais razões que os levam a essa afirmação são cargas de trabalho mais pesadas (58%), falta de equilíbrio entre vida profissional e trabalho (58%), mais pressão para obter resultados (55%), e a alta demanda de trabalho concentrada em equipes reduzidas (51%).

São altas as possibilidades de alguém ter depressão no seu trabalho. Pode ser um colega, seu chefe ou até mesmo você. De acordo com pesquisa da Universidade de São Paulo em onze países, o Brasil liderou os casos de depressão e ansiedade durante a pandemia do novo coronavírus.

Confira dicas de como cuidar da saúde mental:

Reconheça os sinais

Ainda segundo a Robert Half, se o trabalhador perceber alguns desses cenários, pode ser a hora de buscar tratamento:

Se o colaborador está cansado o tempo todo e mal consegue cooperar com colegas. Se é difícil se concentrar ou ter uma atitude positiva – e a vontade é de não fazer nada. Junto com a moral, a sua produtividade está no ralo.

“Tem gente que acaba gastando muito mais tempo em atividades do trabalho, enterrando-se em tarefas para evitar emoções”, esclarece a empresa de recrutamentos e consultoria.

Procure um médico

Se o colaborador tem uma gripe forte ou sinais de diabetes vai atrás do tratamento adequado e assim deve ser com doenças psicológicas.

A depressão não é diferente de qualquer outra condição crônica. Especialistas alertam que é possível tê-la e manter uma vida independente e produtiva. Só que é importante identificar a doença, obter a medicação – se for o caso – e cumprir corretamente as ordens médicas.

Decida quando e se vai falar para o seu chefe

O tipo de empresa em que se trabalha e o relacionamento com os supervisores interferem no quanto o empregado vai abrir sobre a sua depressão. Considere estes fatores – e o tipo de tratamento que você precisa – para determinar as informações que você se sente confortável em compartilhar.

Cuide do corpo e da mente

Olhar para a sua saúde física vai ajudar a dormir melhor e a se alimentar de forma adequada (mesmo quando é difícil colocar comida na boca). Uma ideia é fazer caminhadas ou até tentar uma corrida, mesmo de leve – as endorfinas se agitam e podem aliviar alguns sintomas de depressão.

Se puder estar ao ar livre e próximo a um parque ou a natureza, tanto melhor. A meditação também ajuda algumas pessoas com depressão ou estresse. Não precisa de método: uma respiração profunda e lenta nos oxigena e nos faz sentir melhor.

Conte com ajuda de seus pares e familiares

Condições como a depressão deixam as pessoas mais fechadas, mas os colegas no trabalho podem ser uma ótima fonte de ajuda. Considere se abrir com os amigos e familiares mais próximos. Certamente eles estarão dispostos a ajudar.

Quem convive com alguém em depressão, no trabalho ou em casa, e percebe que há algo errado, também pode ajudar. Respeitar os limites, no entanto, é fundamental.

As empresas estão de olho na saúde mental dos colaboradores

Pesquisa da Robert Half mostra que 80% das empresas estão cientes e buscam a mudança desse cenário, adotando medidas para alcançar maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

As cinco principais ações realizadas pelas empresas são: permitir maior flexibilidade de horários (55%), manter uma comunicação regular (51%), melhorar acesso aos benefícios de saúde e bem-estar (35%), aprimorar programas de reconhecimento de funcionários (27%) e dar mais apoio aos pais e mães que trabalham (20%).

O que mais as empresas e seus líderes podem fazer?

  • Encarar o tema como prioridade e reconhecer que tratar do assunto é fundamental;
  • Estar abertos ao diálogo para entender como a equipe está se sentindo;
  • Brainstorm de ideias para reduzir o estresse e o esgotamento;
  • Práticas de empatia: como sua equipe está se sentindo e lidando com os elementos de estresse?;
  • Manter chamadas individuais regulares com os membros da equipe;
  • Contar com profissionais para projetos para aliviar altas demandas de trabalho ;
  • Incentivar períodos de descanso (férias, day off).

“Para os profissionais, fica a mensagem de entender o seu momento, e reconhecer que algo não está bem. Para as organizações, fica a dica: dentro de uma empresa, as pessoas – incluindo todas as faixas da pirâmide organizacional – são o bem mais valioso, porém o mais complexo e menos compreendido”, explica a empresa.

Por isso, é preciso sempre buscar formas de cuidar bem dos colaboradores antes que eles encontrem a valorização e o acolhimento na organização concorrente.

Com informações Robert Half

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